Almanaque_2005
Material didático. Como igreja, tínhamos, até 2003, pelo menos nas igrejas do Brasil, de modo razoavelmente uniforme, uma maneira de ensinar baseada em livro didático composto de estudos dirigidos. Alguém disse que na Suécia isso dá certo. Não sei como eles estão fazendo, mas com ou sem estudos dirigidos, notícias me chegam de lá de que as igrejas crescem. Hoje não temos estudos dirigidos, não no Rio de Janeiro, na igreja da Penha e da Tijuca. A atitude dos pregadores é correta. Eles dizem “a Bíblia é o manual do discípulo”. Eles estão certos. Não somente o melhor manual, como o único manual. Não posso dizer que isso afeta diretamente o crescimento de nossas igrejas. Posso dizer que, não termos outro manual didático afeta diretamente nosso pecado mais perigoso como igreja, que é o de tornarmo-nos, sem querer, uma seita. “Apostasia”, dizem os gregos. De modo que, quando essas coisas começaram a emergir em meus pensamentos, passado um tumulto inicial, comecei a observar à volta um fato incômodo, sobretudo para as pessoas à minha volta, de que a maior parte dos discípulos não tem base bíblica para ensinar. Ora, em parte isso é bom, pois a base que tínhamos como parâmetro antes, não sendo a própria escritura sagrada, e sim um compêndio didático, acabou por gerar orgulho de nossa parte como igreja, e pecado com sectarismo. (O termo bíblico para sectarismo é partidarismo.) O que é preciso para que o mundo saiba, afinal de contas, que somos discípulos, como igrejas?: que amemos uns aos outros. Se amarmos uns aos outros como ele, Jesus, amou aqueles junto aos quais andou, seremos reconhecidos como discípulos dele. E é mais difícil amar quando se sabe ensinar --- sim, quando se sabe ensinar. Por isso, penso, ele nos desconcerta justamente nisso, sempre que pode. (A maior humilhação que pode ter um homem que ensina é observar que aquilo que ensina não está preciso. Jesus demonstrava essas coisas aos mestres da Lei. E ele era humilde, até, para animá-los, dizendo coisas como “o mestre da Lei que se torna um discípulo no reino dos céus é como o dono de uma casa”, e “muito bem!, uma vez que você sabe essas coisas, eu te digo que você não está longe do reino dos céus”.)
Observamos que é razoavelmente nocivo ao discípulo e à igreja ter qualquer outro manual que não seja a escritura sagrada. Penso, contudo, que é importante que cada discípulo seja munido para explicar sua fé para quem quer que lhe peça explicações, para aproveitar oportunidades para ensinar de modo suscinto, para proceder a uma operação evangelística em plano de campanha (como para evangelizar seu condomínio, sua escola). Assim penso que vale termos fragmentos de algum(/ns) tipo(s) de método.
O mais importante a qualquer discípulo, porém, é entender que o método é extremamente passageiro, coisa de sabedoria humana, às vezes útil, às vezes inútil, não somente sujeito ao tempo, extremamente passageiro, mas também às situações. Algumas vezes, um método novo e aparentemente eficaz pode não surtir efeito nenhum! Isso não deve ser de admirar. Se o método não funciona, isso significa simplesmente que a(s) pessoa(s) envolvida(s) não se dá(/dão) com o método. Isso não significa que não se dê(em) com a escritura. O que significa que o mais importante é a pessoa ser confrontada com os bíblia, ser deparada, simplesmente com os pergaminhos. Uma vez mais, isso só é possível com um amigo ao lado. Sem amor, não adianta qualquer esforço.
De modo que cabe ao discípulo duas coisas: conhecer a escritura sagrada que temos, & aprender a amar.
SOBRE UM ALMANAQUE
Que é isso? Em primeiro lugar, é algo passageiro. Datado. Dura mais de um ano? Sim, mas tem data: 2005. Isso significa que em 2020 esse almanaque quase certamente, por mais que contenha coisas interessantes, válidas, aplicáveis, tornou-se obsoleto. Em segundo lugar, é muito importante levar em consideração que não existe ministério de Deus baseado em lucro. Assim, esse almanaque não é um livro para entrar em livraria, nem em banca de jornal, nem em estande de qualquer espécie. É gratuito. Qualquer que o queira vender, corre um sério risco de estar caindo no mesmo erro de Balaão.
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